O Vaso à Janela Aquele vaso à janela
Onde mora a flor De pétalas perfumadas E cintilantes, As folhas erguidas ao céu Como numa prece constante, Aquela flor sempre igual Que atrai teus olhos Ao inclinar-se, feliz, À brisa dançante...
E tu a regas, diariamente Mostrando, contente, a tua flor A todos os visitantes... E um dia, de manhã, Tu olhas na direção Da janela onde ela fica E vê que já não é bonita, Até que, de repente, Ela já não é...
E perplexo diante de um vaso Vazio de qualquer beleza Tu ficas, de olhos surpresos Pensando na flor que se foi, Guardando uma pétala caída Dentro do livro Da tua vida.
E assim, aprendes a viver Da memória daquela flor, Daquele efêmero ser
Que te tornou diletante,
O teu amor que se foi, A tua flor inconstante...