Há duas noites sonhei que carregava uma cruz de madeira grande, e com ela eu rezava a casa toda. Eu a utilizava para fazer o sinal da cruz sobre portas e janelas, pedindo proteção.
Ontem à noite sonhei que tinha sido sequestrada e levada para uma espécie de fazenda. Lá havia cientistas que me amarraram a uma maca e me injetaram drogas para que eu alimentasse um vampiro - eu ficaria lá servindo de comida para ele o resto da vida. De repente, ele se aproximou e deitou os dentes no meu pescoço, ávido de fome, e eu sentia os dentes dele. Os cientistas diziam que eu não me preocupasse porque ele não iria me matar, ia apenas tomar o suficiente para viver. Mas após sugar, ele passou mal, sufocou e morreu. Os cientistas me soltaram e me deixaram ir, dizendo que a experiência tinha falhado. Disseram que não ia adiantar se eu contasse a alguém pois ninguém ia acreditar em mim.
Minha interpretação: Rezar a casa com cruz de madeira é necessidade disso mesmo, de me previnir contra abusos e relacionamentos tóxicos. O vampiro do outro sonho é isso mesmo. Representa pessoas que desejam me prejudicar ou tirar vantagens de mim, mas o fato de o vampiro ter morrido, significa que sou mais forte e resistirei.
SONHO BOLSA
Sonhei que estava aqui na minha cidade, e tinha um encontro com amigas com quem trabalhei há muitos anos. O encontro seria na Catedral da cidade. Entardecia, e o sol batendo na catedral deixava-a muito clara e límpida. Eu caminhava sozinha pela Avenida Koeller. Não sei porque, de repente me pareceu certo pegar a minha bolsa tiracolo com todos os meus documentos, cartões e dinheiro e colocá-la pendurada em uma árvore da rua.
Continuei andando - não fui ao encontro com as amigas - e cheguei à Praça da Liberdade, onde havia uma espécie de feira artesanal ou algo assim, relacionado a artes. Daí eu me lembrei de que não estava com a minha bolsa, e que se quisesse comprar algo, não teria dinheiro. Resolvi voltar ao lugar aonde tinha deixado a bolsa, mas de repente o lugar parecia ser longe demais para ir até lá andando, e eu teria que tomar um ônibus. Estava escurecendo.
Devido à festa, ou feira, a cidade estava lotada e o tráfego estava engarrafado. Achei que não seria uma boa ideia ir de ônibus. Só então me dei conta de que eu tinha feito uma grande burrice deixando a minha bolsa com tudo dentro pendurada em uma árvore, e que com certeza, alguém a teria roubado. Lembrei-me de que havia mais de quatrocentos reais em dinheiro, meu celular, dois cartões de crédito. Porém, apesar de saber que tinha cometido um grande erro aos olhos dos outros, eu estava extremamente calma. No momento em que deixei a bolsa lá, parecia ser a coisa certa a se fazer.
Minha interpretação: Eu ia a um encontro em uma catedral com amigas com quem trabalhei e que não vejo há anos. Decidi não ir. Não quero voltar ao passado, não quero fazer as coisas como eu fazia antes. Quero deixar ir o que já foi. Não quero uma vida dogmática e cheia de regras. O entardecer representa o meu envelhecer, e quero tomar as minhas próprias decisões -
Deixar a bolsa na árvore com meus documentos, celular, cartões e dinheiro - Sem meu celular, ninguém pode me achar ou falar comigo; sem dinheiro ou cartões não preciso e nem posso comprar, consumir. Sem meus documentos que dizem quem eu sou, eu posso ser qualquer pessoa. Posso apenas ir à feirinha de artes e passear entre as coisas, anonimamente, sem que saibam quem eu sou, olhar, apreciar a vida e o que ela oferece sem me preocupar em agradar a ninguém. A arte não tem preço, é para ser apreciada, e não comprada.
Deixei a bolsa pendurada em uma árvore - Eu amo e respeito as árvores, e adoro estar perto delas. Entrego a minha vida e tudo o que possuo e sou à segurança da árvore, ou seja, alguém em quem confio, amo e respeito. As árvores podem ser centenárias. Elas são fortes, altas, belas e caladas. Não necessitam de nada, e são o que são o tempo todo sem se importarem com opiniões alheias. Eu confiei na árvore. Deixei a minha vida lá. Deixei com ela o que é mais valioso, meus segredos e bens materiais. Deixei lá a minha identidade.
A distância para voltar - É tão longe porque na verdade, eu não queria e nem precisava voltar lá. Voltar seria fazer o que esperavam que eu fizesse. Seria obedecer as regras. Seria ter que pegar um ônibus (outras pessoas, coletivo, todo mundo fazendo a mesma coisa e indo aos mesmos lugares). E se alguém levasse embora as minhas coisas, não estariam levando nada de importante. Não estariam levando o melhor de mim. Não poderiam levar a mim.
10/04
Sonhei que estava em um local – uma espécie de galpão bem grande. Havia várias pessoas, e toda a minha família estava lá também. Olho para o lado e vejo uma estante velha. Algumas tábuas estavam soltas, e noto um ninho de pássaros no topo da estante – havia muitos pássaros voando. Penso serem rolinhas. Pego um dos filhotes, e me admiro porque ele não tem medo de mim. Começo a mostrá-lo às pessoas que estavam lá, e me dou conta de que não se trata de uma rolinha, mas de um filhote de coruja branca. Fico mais encantada ainda, pois ela era realmente mansa e linda. Eu a encosto no meu peito como se quisesse protegê-la. Acaricio suas penas, e então eu a coloco de volta no ninho. As pessoas em volta não parecem dar muita importância ao fato, e mal olham quando eu tento mostrar a rolinha a elas.
Ao colocar a rolinha no ninho, percebo que há vários outros pássaros vivendo na estante, inclusive um muito colorido, e eles moram detrás do fundo da estante. Todos parecem muito mansos, mesmo estando meio-escondidos.
Fui pesquisar o significado deste sonho, e achei o seguinte:
No mundo espiritual a coruja branca representa sabedoria e conhecimento (e ela estava na estante, um local para livros). Achei também isto: “Sonhar com coruja branca é sinal de boa sorte. Geralmente, esses sonhos são interpretados como um aviso de que um momento de boa sorte está chegando. As corujas brancas são vistas como animais sábios e, portanto, seu sonho pode estar tentando lhe dizer para prestar atenção aos seus sentimentos e insights.”
Acho que o sonho realmente tem a ver com conhecimentos e descobertas, algo novo (a coruja era um filhote). Na Umbanda, a coruja simboliza Nanã, que é tida como símbolo da sabedoria.
Também vi interpretações que falam de novidades, aprendizado e muita proteção espiritual. A coruja surge como uma mensageira do mundo espiritual. Também falam de sucesso financeiro e sobre alcançar sonhos.
No Xamanismo, eles dizem que as corujas enxergam no escuro, e veem o que não vemos. O despertar de poderes ocultos, clarividência. Ela nos convida a olhar em volta e descobrir coisas novas. Observar a escuridão do nosso próprio ser, desenvolver o conhecimento espiritual. “Silêncio, visão aguçada, sabedoria ancestral. Nada se esconde à compreensão da Coruja, uma aliada que abre a nossa percepção para a realidade extraordinária.”
Tudo a ver, pois a coruja branca vive em uma estante de livros. Preciso dedicar mais tempo ao desenvolvimento espiritual, mas como, estando tão envolvida com o meu trabalho mais de 9 horas por dia? Talvez seja o momento de começar a pensar em desacelerar.
Já passaros coloridos e pássaros voando tem a ver com boas notícias, novas oportunidades, boas emoções e bons sentimentos.
Sonho 2
Na mesma noite, sonhei com o ex-jogador de futebol Romário. Ele estava de muito bom humor, era engraçado e comunicativo. E ele me chamava pelo nome. Conversei com ele durante bastante tempo, e na maior parte desse tempo, havia outras pessoas - meu marido e também desconhecidos - e nós ríamos muito das coisas que ele dizia.
Segundo interpretações, sonhar com famosos significa que a vida está prestes a mudar. Talvez eu deseje ser vista como uma igual. Pode significar ajuda vinda de pessoa influente.
Vamos aguardar e ver.
01/02/23
Sonhei que eu estava no jardim de casa, quando avistei uma enorme cobra branca, com manchas amarelas. Na vida real, meu marido e eu achamos duas cobras no dia 1 de janeiro - uma delas pusemos para fora, e a segunda, meu marido matou, para minha tristeza, pois não tenho medo ou repulsa por cobras. Há 3 dias, encontrei uma outra cobra no jardim, que meu marido também matou. As três cobras eram filhotes de jararacas.
Voltando ao sonho: como não tenho medo de cobras, eu prendi os cachorros, para que ela não os atacasse, e comecei a enxotá-la para fora com uma vassoura. Eu ia guiando a cobra pelo jardim até o portão, sem nenhum problema, quando minhan mãe, que já é falecida, apareceu no sonho segurando uma pedra. Naquele momento, a cobra olhou para mim, e tinha um quê de inteligência no olhar dela. Ela parou de se arrastar até o portão.
Compreendi o que minha mãe estava para fazer - matar a cobra, e eu disse: "Mas mãe, ela não me fez nada! Não a mate!" E minha mãe disse: "Não tenha pena dela! Ela estava 'atocaiada' no seu jardim; tem que matar mesmo!" E antes que eu pudesse fazer qualquer coisa, minha mãe golpeou a cobra na cabeça várias vezes, esmagando-a. Fiquei com pena.
SIGNIFICADO
Não sei muito bem o que significa. Vou aguardar os acontecimentos que estão para vir.
Mas acredito que o sonho pode ter a ver com a aparição das cobras na vida real, e também com o fato de estar lendo O Livro Vermelho, de Jung, exatamente na parte em que ele fala sobre o arquétipo das serpentes. Pode ser coincidência, mas sei, no meu íntimo, que não é.
Acho que estou em algum tipo de evolução espiritual, talvez negando alguma coisa importante dentro de mim, representada no sonho pela cobra. Não quero matar o que está negativo, ou alguma situação que precisa ser finalizada. Quem sabe, uma atitude, um comportamento repetitivo, um relacionamento? Minha mãe deixou claro que eu preciso matar essa coisa, não apenas colocá-la para fora para que ela possa entrar novamente. Apesar da aparência bonita e inofensiva, uma cobra é um animal muito perigoso, que pode atingir a mim e às pessoas que eu gosto (no sonho, tratei de proteger meus cães, que representam amigos). Preciso impor limites (como se eu já não estivesse fazendo isso há muito tempo, mas talvez não o suficiente?) Antes de morrer, a cobra me olhou, e havia confiança no olhar dela, como se ela soubesse, de alguma forma, que eu não ia deixar que minha mãe a matasse, mas minha mãe agiu rápido, antes que eu a impedisse.
Acho que é um sonho de advertência: O que eu estou ignorando? Onde estou sendo complacente? Quem são, realmente, as pessoas que me cercam, e que me atocaiam sem que eu saiba? O que necessita morrer - dentro e fora de mim? Por que eu não quero matar essa coisa, que ainda nem sei o que é?
SONHO 1 - Há três dias
No dia 11 de janeiro sonhei que eu e meu marido estávamos participando de uma festa de rua, onde havia muitas pessoas. De repente, ele disse que ia comprar sorvete para todo mundo, mas acabou esquecendo do meu. Comecei a chorar feito criança.
Meu marido sumiu junto com as pessoas do nosso grupo e eu me perdi deles.
Daí,passei a procurar por minha bolsa, que havia deixado em um canto junto com as bolsas de outras pessoas, mas ela tinha desaparecido; eu estava sem dinheiro, cartões de crédito e documentos! Eu comecei a correr em volta e a indagar a todo mundo pela minha bolsa, mas ninguém nem me olhava ou me dava atenção. Eu estava me sentindo desesperada, tanto por ter perdido a minha bolsa quanto por parecer invisível. Já estava escurecendo, e eu não sabia como ia fazer para voltar para casa, já que estava sozinha e sem dinheiro.
Acordei muito zangada, irritada e triste. Custei a me livrar da sensação que o sonho deixou.
SONHO 2
Sonhei que viajava com um grupo de pessoas desconhecidas por um país estrangeiro. Elas mesmas também eram turistas de várias partes do mundo, e tínhamos em comum a língua inglesa. Eu precisava pagar um trem junto com elas e entrei na fila, sendo a última a ser atendida pelo bilheteiro.
De repente, olhei ao longe e vi o trem chegando, e o bilheteiro me disse para correr, ou acabaria ficando para trás. Eu corri, mas o trem se afastou e acabei perdendo-o. Quando notei, eu estivera correndo atrás do trem errado, e por isso, perdi o trem certo. Me perdi do grupo.
Fiquei andando por uma cidade medieval, e só sabia o nome de um dos componentes do grupo - era Jean - e comecei a gritar o nome dele. Eu andava entre ruelas e castelos de pedra, gritando "Jean! Jean!" mas não era ouvida e não via sinal do meu grupo. Já estava começando a escurecer. Eu estava com medo, pois estava em um país estrangeiro, e sozinha. Eu andava por ruas estreitas, sinuosas e desertas, e as paredes de pedra, tão altas, me davam uma sensação de opressão.
Foi quando avistei meu grupo e me juntei a eles, mas percebi que eles nem tinham dado falta de mim. Me senti muito sozinha e insegura.
Análise
Nos dois sonhos, estou entre muitas pessoas, e perdi alguma coisa: meu marido, a bolsa, o trem, o sorvete e o grupo de pessoas. Está anoitecendo em ambas as situações.
Acho que os sonhos estão associados, e têm uma mensagem clara:
Devo prestar mais atenção em volta, às coisas e pessoas que valorizo. Talvez elas não sejam as certas. Ou talvez até sejam, mas minha identidade está sufocada entre elas.
Também devo tomar muito cuidado com perdas. Quem sabe eu esteja gastando demais? Com certreza estou... mas os sonhos falam de insegurança. preciso crescer espiritualmente e me situar no mundo, tornar-me mais independente e deixar de ter medo de algumas situações. É uma mensagem para que eu tenha mais autoconfiança, confie mais em mim e nas minhas capacidades. Quando se está sozinho, perdido e sem dinheiro, pode-se ir a qualquer lugar. Mil caminhos se abrem sob os nossos pés.
Associo os dois sonhos ao arquétipo de O Louco, do tarôt. Alguém que está diante de novos caminhos, sem bagagens ou destinos certos, e que pode chegar aonde quiser, basta dar um passo. mas até mesmo para quem não tem um caminho, é preciso cautela e cuidado para não cair no abismo.