01/02/23
Sonhei que eu estava no jardim de casa, quando avistei uma enorme cobra branca, com manchas amarelas. Na vida real, meu marido e eu achamos duas cobras no dia 1 de janeiro - uma delas pusemos para fora, e a segunda, meu marido matou, para minha tristeza, pois não tenho medo ou repulsa por cobras. Há 3 dias, encontrei uma outra cobra no jardim, que meu marido também matou. As três cobras eram filhotes de jararacas.
Voltando ao sonho: como não tenho medo de cobras, eu prendi os cachorros, para que ela não os atacasse, e comecei a enxotá-la para fora com uma vassoura. Eu ia guiando a cobra pelo jardim até o portão, sem nenhum problema, quando minhan mãe, que já é falecida, apareceu no sonho segurando uma pedra. Naquele momento, a cobra olhou para mim, e tinha um quê de inteligência no olhar dela. Ela parou de se arrastar até o portão.
Compreendi o que minha mãe estava para fazer - matar a cobra, e eu disse: "Mas mãe, ela não me fez nada! Não a mate!" E minha mãe disse: "Não tenha pena dela! Ela estava 'atocaiada' no seu jardim; tem que matar mesmo!" E antes que eu pudesse fazer qualquer coisa, minha mãe golpeou a cobra na cabeça várias vezes, esmagando-a. Fiquei com pena.
SIGNIFICADO
Não sei muito bem o que significa. Vou aguardar os acontecimentos que estão para vir.
Mas acredito que o sonho pode ter a ver com a aparição das cobras na vida real, e também com o fato de estar lendo O Livro Vermelho, de Jung, exatamente na parte em que ele fala sobre o arquétipo das serpentes. Pode ser coincidência, mas sei, no meu íntimo, que não é.
Acho que estou em algum tipo de evolução espiritual, talvez negando alguma coisa importante dentro de mim, representada no sonho pela cobra. Não quero matar o que está negativo, ou alguma situação que precisa ser finalizada. Quem sabe, uma atitude, um comportamento repetitivo, um relacionamento? Minha mãe deixou claro que eu preciso matar essa coisa, não apenas colocá-la para fora para que ela possa entrar novamente. Apesar da aparência bonita e inofensiva, uma cobra é um animal muito perigoso, que pode atingir a mim e às pessoas que eu gosto (no sonho, tratei de proteger meus cães, que representam amigos). Preciso impor limites (como se eu já não estivesse fazendo isso há muito tempo, mas talvez não o suficiente?) Antes de morrer, a cobra me olhou, e havia confiança no olhar dela, como se ela soubesse, de alguma forma, que eu não ia deixar que minha mãe a matasse, mas minha mãe agiu rápido, antes que eu a impedisse.
Acho que é um sonho de advertência: O que eu estou ignorando? Onde estou sendo complacente? Quem são, realmente, as pessoas que me cercam, e que me atocaiam sem que eu saiba? O que necessita morrer - dentro e fora de mim? Por que eu não quero matar essa coisa, que ainda nem sei o que é?
SONHO 1 - Há três dias
No dia 11 de janeiro sonhei que eu e meu marido estávamos participando de uma festa de rua, onde havia muitas pessoas. De repente, ele disse que ia comprar sorvete para todo mundo, mas acabou esquecendo do meu. Comecei a chorar feito criança.
Meu marido sumiu junto com as pessoas do nosso grupo e eu me perdi deles.
Daí,passei a procurar por minha bolsa, que havia deixado em um canto junto com as bolsas de outras pessoas, mas ela tinha desaparecido; eu estava sem dinheiro, cartões de crédito e documentos! Eu comecei a correr em volta e a indagar a todo mundo pela minha bolsa, mas ninguém nem me olhava ou me dava atenção. Eu estava me sentindo desesperada, tanto por ter perdido a minha bolsa quanto por parecer invisível. Já estava escurecendo, e eu não sabia como ia fazer para voltar para casa, já que estava sozinha e sem dinheiro.
Acordei muito zangada, irritada e triste. Custei a me livrar da sensação que o sonho deixou.
SONHO 2
Sonhei que viajava com um grupo de pessoas desconhecidas por um país estrangeiro. Elas mesmas também eram turistas de várias partes do mundo, e tínhamos em comum a língua inglesa. Eu precisava pagar um trem junto com elas e entrei na fila, sendo a última a ser atendida pelo bilheteiro.
De repente, olhei ao longe e vi o trem chegando, e o bilheteiro me disse para correr, ou acabaria ficando para trás. Eu corri, mas o trem se afastou e acabei perdendo-o. Quando notei, eu estivera correndo atrás do trem errado, e por isso, perdi o trem certo. Me perdi do grupo.
Fiquei andando por uma cidade medieval, e só sabia o nome de um dos componentes do grupo - era Jean - e comecei a gritar o nome dele. Eu andava entre ruelas e castelos de pedra, gritando "Jean! Jean!" mas não era ouvida e não via sinal do meu grupo. Já estava começando a escurecer. Eu estava com medo, pois estava em um país estrangeiro, e sozinha. Eu andava por ruas estreitas, sinuosas e desertas, e as paredes de pedra, tão altas, me davam uma sensação de opressão.
Foi quando avistei meu grupo e me juntei a eles, mas percebi que eles nem tinham dado falta de mim. Me senti muito sozinha e insegura.
Análise
Nos dois sonhos, estou entre muitas pessoas, e perdi alguma coisa: meu marido, a bolsa, o trem, o sorvete e o grupo de pessoas. Está anoitecendo em ambas as situações.
Acho que os sonhos estão associados, e têm uma mensagem clara:
Devo prestar mais atenção em volta, às coisas e pessoas que valorizo. Talvez elas não sejam as certas. Ou talvez até sejam, mas minha identidade está sufocada entre elas.
Também devo tomar muito cuidado com perdas. Quem sabe eu esteja gastando demais? Com certreza estou... mas os sonhos falam de insegurança. preciso crescer espiritualmente e me situar no mundo, tornar-me mais independente e deixar de ter medo de algumas situações. É uma mensagem para que eu tenha mais autoconfiança, confie mais em mim e nas minhas capacidades. Quando se está sozinho, perdido e sem dinheiro, pode-se ir a qualquer lugar. Mil caminhos se abrem sob os nossos pés.
Associo os dois sonhos ao arquétipo de O Louco, do tarôt. Alguém que está diante de novos caminhos, sem bagagens ou destinos certos, e que pode chegar aonde quiser, basta dar um passo. mas até mesmo para quem não tem um caminho, é preciso cautela e cuidado para não cair no abismo.
Sonho - Eu estava caminhando na rua, atravessando uma rua próxima à estação rodoviária - a antiga. De repente, alguém me toca o braço, e quando olho, é minha mãe. Penso que era estranho tudo aquilo, ela não deveria estar ali. Parecia bem mais jovem, e usava um suéter roxo. Estava muito bonita, o cabelo feito, magra e elegante.
Perguntei a ela o que estava fazendo ali, para onde estava indo. Ela me respondeu que estava indo comprar langerie. Me convidou para ir junto. Me senti muito feliz, mas acordei.
Sonhei que eu e minhas irmãs estávamos em uma rua, uma ladeira. Era uma rua bonita e arborizada. A gente subia a ladeira correndo (eu apreensiva que minha irmã que é cardíaca tivesse um ataque). Cantávamos e dançávamos. Estávamos muito felizes.
Eu corria, e não me sentia cansada.
Eu tinha herdado uma casa linda e enorme, e estávamos indo para lá. Não era a casa onde moro. Ela ficava em uma rua chique, cercada de pinheiros. Anoitecia.
Sonhei que uma vizinha dos nossos tempos de infância tinha falecido. Na vida real, ela está em estado vegetativo há anos. Esta vizinha teve uma grande importância para nossa família quando éramos crianças, pois nos momentos de mais necessidade, quando não tínhamos dinheiro sequer para uma ceia de natal, ela nos convidava. Ela sempre foi muito presente, e minha mãe e ela eram grandes amigas.
Eu estava em casa de minha mãe (minhas irmãs também estavam lá), e olhando para a janela do quarto desta vizinha, eu via que tudo estava quebrado, como se estivesse em obras. Pensei em quanto tempo ela passou, no final da vida, fechada naquele quarto sem poder ver, falar, andar ou ouvir, e assim que ela morreu, começaram as obras como se estivessem querendo livrar-se da presença dela.
De repente, eu vejo a minha mãe. Corro para ela chorando, e a abraço dizendo que sinto muitas saudades. Digo a ela que de manhã eu ia sair para comprar alguns presentes de natal e que adoraria se o nome dela pudesse estar na minha lista. Ela responde: "Eu estou bem, não preciso mais disso. Olhe por quem ainda está vivio." Mesmo assim, eu a abraço e choro, e ficamos conversando muito tempo (não me lembro sobre o que conversamos). Noto que minhas irmãs me olham de maneira estranha, e ao passarmos em frente a um espelho, percebo que apenas a minha imagem aparece, e não a da minha mãe.
Entendo que minhas irmãs não podem vê-la, só eu.
Minha mãe se despede de mim, dizendo que precisa ir, e que eu tenho que continuar com a vida. Ela me diz que está tudo bem. Concluo que ela deveria estar ali, não por mim, mas pela falecida vizinha. Depois que ela vai embora, eu ainda me sinto triste. Abro uma gaveta e vejo muito dinheiro dentro dela, e pego um pouco do dinheiro para comprar os presentes de natal.