Um dia,
A terra prendeu seus filhos
Bem dentro de seu negro ventre,
Dando a eles, de presente,
Meses de escuridão,
Medo e reflexão.
Um dia,
A terra encarou a morte,
Dizendo que era mais forte
E que existia algo mais
Muito além do que chamamos
Displicentemente, 'sorte'.
Um dia,
A terra uniu no deserto
Reis e súditos, bem de perto
Debaixo da mesma tenda
Para mostrar que existe mais
Do que uma simples contenda.
Finalmente,
A terra os fez compreender
Aquilo que muitos deles
Ainda negavam-se a ver:
Que somos filhos do céu,
E mesmo que a terra nos trague,
E não mais voltemos à luz,
Muito além da humanidade
Existe o Reino do Éter,
O lugar onde descansam
Enfileiradas, nossas preces
Esperando serem ouvidas.