Varrer: atividade que muitos consideram monótona, suja e cansativa. Mas na verdade, varrer me faz pensar... para mim, é um exercício mental melhor do que qualquer tipo de meditação formal. Enquanto eu varro, eu me sinto mais calma, e fico presente no momento, prestando atenção às sujeirinhas do caminho que se entranham pelos cantos e degraus. Alcanço-as com o cantinho da vassoura, não deixando que fique nenhuma impureza.
Depois, recolho todo o lixo em um saco plástico e jogo fora. Em volta, tudo limpo, renovado.
E enquanto executo este simples ritual, tento limpar também a minha mente das coisas que não me fazem bem.
Procuro dar algumas pausas em meu trabalho e olhar em volta, para um passarinho pousado na árvore, um esquilo que chega, caminhando sobre o muro, uma nova flor que desabrochou.
Varrer deixa-me mais limpa.
No dia seguinte, haverá novas folhas caídas sobre o gramado, caroços de ameixa derrubados pelos morcegos durante a noite, em suas refeições, um pouco de terra... ainda bem.