Este é o título de um livro de histórias que ganhei de minha professora da primeira série primária, em 1972. Seu nome era Tânia - ou Tia Tânia.
O livro conta as aventuras de uma fada, a Fada Cacetinha (nome recebido porque ela sempre aparecia montada em um bastão), que era sempre convidada às festas de casamento e batizado, para que abençoasse seus afilhados com presentes de fortuna e boa-sorte. Mas ela um dia percebeu que estava sendo usada, pois quando não mais precisavam de seus favores, seus afilhados a desprezavam e esqueciam-se de convidá-la para as festas nos castelos.
Enfurecida, ela passou a presenteá-los da seguinte forma: ao chegar aos batizados e casamentos, recitava os seguintes versos: "Olhai para o céu/olhai para ochão/com os sete poderes /da vara de condão/dou-te como presente/a falta de sorte".
Após fazer isso duas vezes, todos pararam de convidá-la para os batizados. Mesmo assim, ela ia, e presenteava a todos com a falta de sorte.
Bem, os presenteados cresciam, tinham seus filhos, e passavam as piores provações das quais se ouviu falar; mas tornavam-se pessoas de bem e de princípios, e tendo passado por tantas provações, compreendiam melhor as agruras de seu povo. Não tinham aquele elemento vaidoso e superficial de seus antepassados.
Eu às vezes me identifico muito com algumas características do personagem Fada Cacetinha. Nem sempre o que tenho a dizer, será ouvido como uma bênção pelos que me ouvem. Mesmo assim, continuarei a dizê-lo, até que chegue a minha vez de ocupar o meu lugar entre as nuvens.
Enquanto este tempo não vem, o espírito da Fada Cacetinha continuará em mim.