Para servir este chá
Que alguém beberá
Numa mesa onde não sei,
É preciso que a vida ferva,
Até o ponto final,
Até que o vapor ascenda
Até a última nuvem,
Até o Grande Final.
A alma ferve
Sem eira nem beira,
Abandonada, esquecida,
Nessa terrível chaleira.
(Mas não há cura para a vida,
Ferve a alma na chaleira
Até que não reste nada,
Só o vapor da morte ardida).