Ela me disse que a maldade anda solta pelo mundo, e que precisamos estar precavidos, preparados e fortes para enfrentá-la. E que enfrentar a maldade não significa revidar com a mesma força, nem vingar-se, mas apenas olhar para dentro de si mesmo, vigiar os próprios pensamentos, conectar-se com uma Força que seja maior que nós mesmos.
Ela me disse que hoje, em tempos onde as mães matam seus filhos, crianças são atiradas pelas janelas, animais são maltratados e a todo momento, em cada esquina, pessoas assassinam e são assassinadas, é preciso, mais do que nunca, tomar cuidado. Porque tudo isto que hoje vemos, é um sinal de que a maldade libertou-se, e procura por vítimas e por instrumentadores.
Ela me disse que muitos religiosos desconectaram-se do sentido da religião, e que andam pelo mundo perpetrando maldades, causando desunião e fomentando o preconceito. As religiões, que deveriam amparar, ensinar, aconselhar e confortar, pregam a desunião, o preconceito, a arbitrariedade, pois vivem e são professadas sob a égide da hipocrisia.
Ela me disse que as crianças andam perdidas, desamparadas pela ausência daqueles que deveriam tomar conta delas, pois o consumo desenfreado criou uma sociedade na qual ter e competir tornou-se mais importante do que amar e estar presente.
Ela me disse estas coisas, e muitas outras. E eu ouvi, tendo que concordar com ela em tudo.
Ela só não me disse onde vamos encontrar uma solução para este mundo cansado. Ela não me disse como poderemos prender a maldade novamente na caixa de pandora, para aliviar essa atmosfera negra e pesada que grassa sobre todos nós. Ela não me disse, porque ela não sabe.