Acredito que existam Fadas, bruxas e outros seres Na mata verde-escura. Mas magia não se procura, Não há de assim revelar-se, Pois vive de ser obscura...
Uma vez, eu vi um fauno (Mas com os olhos da alma) Foi numa noite de lua clara, E estrelas bem raras.
Vi, num vôo de coruja, Uma outra criatura Com asas de enorme Envergadura.
N'outra vez, vi pirilampos (ou quem sabe, uma outra coisa) Brilhando entre os bambuzais Em enormes luzes brancas Bem translúcidas no centro E brilhantes nas beiradas...
Já ouvi, apavorada, Numa noite sem luar O cantar de uma banshee, Um choro de mau agouro, prenúncio de morte e desdouro Que de pronto, se seguiu...
Tudo isso eu vi, e juro, Não com os olhos do corpo (estes não enxergam tanto) mas com os olhos da alma, Que vê tudo de um outro canto.