Naquele canteiro, havia dálias,
Bocas-de-leão,
Beijos, margaridas,
Misturadas aos tomates,
Couves, salsas e alfaces.
Encostado, um velocípede
Pintado de branco, enferrujado,
Na frente, da casa, um balanço,
Nos fundos, pés de frutas espalhados.
Os cães e gatos circulavam,
Latas d'água pelos cantos
No bambuzal, besourinhos
Coloridos e listrados,
Vagalumes, joaninhas,
E o musgo que grudava
Em volta da grutinha
De onde nos olhava
Nossa Senhora.
Bolinhas de gude
Amarelinhas desenhadas
E a gente brincava,
E como brincava!...
Iam-se as horas.
As aranhas, tão temidas,
Penduradas nos vãos do telhados
Com suas teias sempre cheias
De insetos, que eu salvava
Quando dava,
Quando dava...