Em breve será noite, E a brisa leve que transporta as nuvens, Trará meus sonhos de volta, Leves e macios, Bastará que eu feche os olhos, Entregando-me ao sono tardio.
Em breve, tudo será quieto, Tudo em volta, um só mistério, E apenas o velho relógio Há de ser ouvido, Marcando o compasso Dos meus fracos passos Até aquele sonho perdido...
Em breve, um negro abraço Há de embalar o que resta Dos meus tênues desejos, Trocando-os pela promessa Que ninguém nos prometeu, Mas que da morte, cobramos, Como quem nem sequer viveu...
Em breve, estarei sozinha, E todos terão ido embora, Deixando cair, pela última vez, A última lágrima de saudade que restar... Serei esquecida, varrida, Com tudo o que ficar de mim Em outras vidas.