Ah, a arte de escrever poemas... é preciso antes passar pelo coração, e então, esticando o fio que nos une ao invisível - e que só é encontrado dentro do coração de cada um -, segui-lo, trazendo de lá (embora eu não saiba onde é 'lá) as linhas do poema. Mas todo poema deve, primeiro, passar pelo coração. Ou cairá natimorto na folha, seco, sem sentido, embora metricamente correto.
Eu não tenho um estilo preferido de poema, quando leio. Jamais conto métricas, jamais procuro rimas. O que eu procuro, está além da beleza estética, embora esta seja importante. A beleza real de um poema, para mim, descansa na sua alma. Um poema, após escrito, adquire alma própria, e torna-se vivo. Não importa seu formato: pode ser um soneto, uma aldravia, um Haikai, um indriso... tanto faz! Pode até ser o que chamamos de 'livre.' A única condição, é que ele tenha alma, e sobreviva, após criado, sem a interferência do criador.
Escrevo poemas, preferencialmente, livres. Raramente reviso o que escrevi, porque é assim que eu me sinto melhor. Não tenho, e nem nunca tive, absolutamente nada contra quem escreve diferente, e quem me conhece, sabe disso. Escrevo como gosto, e leio e comento todos os tipos de poemas, sem preconceitos. Não acho que as pessoas devam escrever desta ou daquela maneira.
Algumas vezes aventuro-me pelos caminhos dos sonetos, aldravias e haikais. Gosto de experimentar também; mas na verdade, quando meus poemas nascem, eles apenas jorram, e sinto que é melhor deixá-los como estão. Mas não tenho absolutamente nada contra as formas mais rígidas de escrever poemas; se tivesse, simplesmente não os leria ou comentaria. Se não os escrevo com mais frequência, não é por não gostar ou sentir-me 'incompetente', e sim porque sinto-me mais à vontade nas formas livres.
É sempre um imenso prazer ter um poema lido e apreciado, vê-lo comentado. Tenho certeza de que a maioria das pessoas há de concordar comigo. Mas não é este o meu principal objetivo ao escrever. Não quero concorrer com ninguém, não desejo provar nada a ninguém ou comparar-me com quem quer que escreva em qualquer estilo. Há espaço para todos! Acima de tudo, tenho plena consciência de que escrever poemas não vai tornar-me rica ou famosa. Não mesmo... se continuo escrevendo, é porque uma necessidade maior que eu toma conta de mim.
Existem, no Recanto das Letras e na literatura mundial, poetas de todos os estilos, para todos os gostos. Para mim, a missão do poeta, é deixar o mundo mais bonito. Nem que seja apenas o mundo que o circunda. O poeta fala das coisas que ele vive, mostra a sua visão dos acontecimentos, expressa sua alegria e sua tristeza, sua indignação e sua dor, sua felicidade e seu medo. Mas acima de tudo, o poeta é um mensageiro além de si mesmo; não acredito que ele deve considerar-se origem, e sim, passagem.
Confesso que às vezes soa-me estranha a minha própria voz, quando falo daquele 'meu' poema... como um pai ou mãe amorosos não criam filhos para si mesmos, o verdadeiro poeta não cria poemas para si mesmo; cria-os para o mundo, para os leitores! E mesmo que sejam demasiadamente instrospectivos, depois que os escreve e publica, seja em livros ou blogs e sites na internet, o poeta não mais pode dizer que 'possui' o poema.
Não faço aqui apologia ao desrespeito aos direitos autorais, que devem ser respeitados, e para isto, existem leis que os asseguram; mas se vejo um poema meu publicado em outros espaços, desde que haja menção à autora ( e autora não significa proprietária), eu fico feliz. Sinal de que as pessoas gostaram! Sinal de que fui útil a alguém.
Ps: Jamais participo de 'movimentos' a favor ou contra qualquer causa; jamais tomo parte em campanhas contra esta ou aquela pessoa dentro deste site ou em qualquer outro espaço. Jamais partiram de minha caixa de emails qualquer menção desonrosa a qualquer pessoa deste ou de outro espaço qualquer. Meu endereço de email é ana.anabailune@gmail.com, e é o único endereço que possuo há vários anos.