Estive lendo uma reportagem na revista Gloss sobre mulheres que escolheram não ser mães. Algumas delas dizem que sofrem muitas cobranças e preconceitos devido à sua escolha de não terem filhos; foram apontadas como egoístas, e até mesmo segregadas por algumas pessoas. Mas mesmo assim, decidiram manter a sua decisão, pois somente elas mesmas sabem o que lhes vai por dentro, suas necessidades, seus medos, seus motivos.
Uma das moças me disse algo que ficou na minha cabeça: ter filhos apenas para satisfazer as pressões da sociedade é que o realmente pode se chamar de egoísmo, e não a decisão de não tê-los por não desejá-los. Comungo totalmente com a opinião dela.
Em tempos nos quais as mulheres alcançaram tantas metas, ainda se sentem obrigadas a dar satisfações à sociedade a respeito de algo tão íntimo? Não faz sentido! Eu acho que cada uma tem a liberdade de escolha para ter ou não filhos, casar-se ou não, trabalhar fora ou não. Ainda existem muitos equívocos a esse respeito.
Ser mãe deve ser encarado como uma missão, algo muito especial e desejado, e não apenas como o ato de parir filhos e povoar o mundo.
Um outro fato que ocorre mais comumente do que se pensa, é o preconceito contra as mulheres que não trabalham fora. Algumas pessoas acreditam que quem trabalha em casa, não trabalha! Nem sabem o que significa cuidar de uma casa e de uma família, e acham que as mulheres que preferem dedicar-se a esta tarefa, se auto-desvalorizam.
E assim, vamos levando a vida fazendo aquilo que esperam de nós, preocupados com as opiniões alheias, submetendo-nos aos julgamentos de pessoas indelicadas e até mesmo, intrometidas, que adoram especular sobre a vida alheia enquanto deixam seu próprio traseiro de fora. O nível de vaidade de algumas pessoas chega ao extremo de pensarem que o mundo inteiro gira em torno de seus interesses e crenças! Onde, a liberdade da qual tanto falam e tanto defendem?
Viverei a vida toda, e jamais descobrirei o motivo pelo qual a vida e as decisões de outras pessoas podem tomar uma proporção tão importante para quem nem sequer faz parte de suas vidas, ao ponto de serem achincalhadas e apontadas devido ás suas escolhas.