Ontem à noite revi o filme "Olga," de Jayme Monjardim, estrelado por Camila Morgado e Caco Ciocler. É uma produção brilhante em todos os sentidos, e mesmo quem não entende nada de cinema como eu, vai perceber que se trata de um filme muito bem feito, de muita qualidade, e que o desempenho dos atores é fenomenal.
O filme conta a história de Olga Benário, uma jovem judia alemã que envolve-se com Luis Carlos Prestes e vem morar no Brasil a fim de implantar a Intentona Comunista contra Getúlio Vargas. Bem, o resto é história... e que história! Olga é presa e deportada, grávida de Prestes, para a Alemanha nazista, onde tem sua filha - Anita Garibaldi - e é morta por gás em um campo de concentração alguns anos depois.
Não sou favorável ao comunismo, acho-o um equívoco tremendo; aliás, qualquer coisa que precise ser imposta, é um equívoco. Tudo o que cerceia a liberdade de expressão, de ir e vir, do livre comércio, do direito à propriedade, não pode ser bom. Não sou favorável aos métodos usados, seja pelos comunistas, seja por Getúlio Vargas a fim de combatê-los; mas não acho que se Olga Benário e Luis Carlos Prestes tivessem vencido, o país estaria em situação melhor nos dias de hoje.
Admiro a força e a determinação que os idealistas possuem, de lutarem por suas causas à todo custo. Mas a fim de combater algo que eles acreditavam como sendo errado, eles tentavam também impor-se à força através de um golpe! Isto também é uma forma de ditadura.
Ao rever o filme, novamente eu pensei no quanto de vida Olga Benário desperdiçou; poderia ter sido feliz ao lado do homem que amava e da filha. Poderia ter tido uma vida ótima. Achei muito cruel e desnecessário o fim que ela teve.
Não nasci para idealismos. Tenho medo de tudo que chega gritando, se impondo e implantando revoluções, seja de que tipo for. Acredito que o único objetivo da oposição, é tornar-se situação, e para isso, os discursos são sempre belos, imponentes e convincentes. O comunismo não deu certo em lugar nenhum do mundo, e não são mais necessárias nenhum tipo de provas que mostrem o equívoco deste regime.
Olga lutou pelo que considerava bom e justo, mas jamais soube se aquilo pelo qual lutava teria sido realmente bom e justo.