TEMPESTADE AZUL-LILÁS
Desbotam as cores do dia;
Uma estrela ainda brilha,
Antes que o céu feche as portas
Escondendo seus mistérios.
Por trás da nuvem mais negra,
O pesadelo azul-lilás
Reparte-se em feixes de raios
Que enfeitam a tempestade.
Ah, noite tão erma e tão fria!...
Perco o rumo nessa trilha
Sob os raios e os trovões!
Não abrem-se as portas do céu;
Derramam-se nuvens pesadas
Qual lágrimas tristes dos deuses
Que perderam a eternidade
E hoje choram pelo Olimpo
Para onde jamais voltarão...
Ficam comigo somente
A tempestade azul-lilás
E a esperança de que se abram
As portas do céu, novamente,
Devolvendo-me as estrelas
Que eu sei – ainda brilham...