Os piores conselhos são sempre aqueles que não foram solicitados.
Geralmente, pessoas supostamente bem intencionadas nos chegam com conselhos que não pedimos sobre assuntos que não lhes dizem respeito. Apontam-nos ao público e acham-se no direito de expor nossos problemas e opinar sobre nossas vidas e nosso caráter, colocando-se em um ponto acima de nós, exaltando assim seu ego inflado ao comentar sobre o nosso.
Ninguém sabe tudo. Somente quem está passando por certa situação, somente a alma que está sob a carne açoitada, e que sente a dor do chicote a queimar-lhe, é quem realmente sabe aonde lhe aperta o calo.
É muito fácil dar conselhos: basta que eu coloque o problema de outra pessoa sob o meu próprio ponto de vista (acreditando assim que eu sou a dona da verdade universal) e diga o que eu faria se estivesse no lugar dela; mas o problema, é que eu não estou! Não sei dos motivos que levam alguém a agir como age. Não tenho o histórico de vida daquela pessoa, não conheço seus relacionamentos e nem sei, ao certo, pelo quê ela está realmente passando. Portanto, um bom conselho quanto aos conselhos: Dê-os quando solicitados - mas mesmo assim, pense bem antes.
A maioria das pessoas que gostam de colocar-se em um pedestal, expor problemas alheios e dar conselhos em público de forma generalizada, vulgarizando a dor do outro, tem o ego maior do que o daqueles a quem aconselha, pois sofre de um mal muito grave e comum nos dias de hoje: o orgulho espiritual. Se a sua intenção fosse realmente a de aconselhar e ajudar o outro com seu problema, servindo de auxílio para que ele veja as coisas com mais clareza e consiga libertar-se, aconselhá-lo ia de maneira privada, e não em público.
Hipócrita, tira primeiro a trave do teu olho, e então cuidarás em tirar o argueiro do olho do teu irmão
Mateus Capítulo 7 Versículo 5