Resenha - Como se Libertar das Relações Tóxicas

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Resenha -
Como se Libertar das relações Tóxicas
Por Lucy Beresford
Editora Sextante – Kindle Edition

Neste importante livro, a autora nos fala de que nem sempre fazer um esforço para manter velhas amizades – ou até mesmo, relações familiares – nos fará bem. Lucy Beresford, escritora e psicoterapeuta, nos faz pensar sobre as verdadeiras dimensões de nossos relacionamentos de amizade, profissionais, familiares e até mesmo virtuais, e nos explica o que fazer para melhorá-los – ou livrar-nos dos que nos fazem mal. Em um dos trechos, ela afirma:

“Aceitar não significa aprovar ou gostar. Tem a ver com reconhecer que alguém pode nunca se modificar. Permita-se decidir quanta interação você deseja ter com essa pessoa que não pode ou não deseja mudar. Lembre-se que tem o direito de se afastar caso essa pessoa crie um ambiente ruim ou haja de forma a magoar você e as pessoas a quem você ama.”

Fiquei pensando, ao ler este trecho, em quantas vezes achamos que somos obrigados a conviver com determinadas pessoas devido ao longo tempo que as conhecemos, ou por vivências do passado que hoje não fazem mais sentido. Teimamos em tentar manter acesa a chama de uma fogueira para a qual não existe mais lenha, o que causa desconforto não apenas para nós, mas para as pessoas em questão, que também se veem na obrigação de manter contato – mesmo que os interesses em comum não mais existam. Também pensei nas inúmeras vezes em que determinadas pessoas – às vezes, membros familiares – continuam sempre fazendo com que nos sintamos usados, ou nos ferem compulsivamente e com a nossa permissão – “afinal”, pensamos, “são a nossa família.”

Fomos ensinados a perdoar sempre, mesmo que isto signifique sermos magoados repetidamente por pessoas que não nos demonstram seu amor, e que não estão interessadas em nosso bem-estar, mas apenas em tomar de nós tudo o que puderem – nosso tempo, nossos ouvidos, nossos ombros nas horas difíceis – sem jamais expressar qualquer tipo de consideração. Estas, segundo a autora, são relações tóxicas. Jamais alcançarão o nível de reciprocidade desejado, e por isso, devem ser descontinuadas – ou reduzidas ao mínimo necessário.

Uma outra questão interessante abordada pela autora está no capítulo sobre os relacionamentos entre sogras, genros e noras. Nesta parte complicada da convivência humana, a autora nos ajuda a compreender melhor o outro lado, e ao mesmo tempo, desmistifica o mito de que, quem casou-se com alguém, casou-se também com sua família – mesmo que não se sinta aceito por ela e seja frequentemente ignorado, criticado ou ofendido:

“Estabelecer limites firmes tem a ver com cuidar de si mesmo, colocando estruturas ou regras para as suas interações com os outros. Por exemplo, se sua sogra for rude com você ou sua família, explique que ela não será bem vinda à sua casa, ou que você vai desligar o telefone. Recrute apoio de seu parceiro para delimitarem juntos as fronteiras. (...) Fronteiras não são ameaças. Elas apenas comunicam quais serão as consequências se alguém insistir em um comportamento difícil.”

Quanto Às mídias sociais, Lucy Beresford nos faz lembrar que nem sempre a vida perfeita que as pessoas tentam demonstrar através de fotografias e postagens, realmente existe. Além disso, o exagero das horas passadas em relacionamentos virtuais tem feito com que as pessoas percam o traquejo social, e não saibam mais relacionar-se com as pessoas do mundo real.

Com muita propriedade, ela nos fala da prática do ‘trolling’ – o bullying virtual – que consiste em espalhar mentiras sobre as pessoas e enviar e-mails de conteúdo ofensivo e provocativo, ou mensagens ofensivas e difamatórias nos sites:

(...) Quem envia precisa provocar alguma reação em você para sentir-se real ou valorizado; portanto, não facilite as coisas. Em vez disso, trabalhe sua autoestima concentrando-se nas pessoas e atividades que lhe dão mais prazer. Com uma força do Ego mais desenvolvida, você tem mais chances de desvalorizar e desprezar essa intimidação.” Um livro muito coeso e eficaz.

Ana Bailune

Enviado por Ana Bailune em 24/07/2014

Alterado em 24/07/2014

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