Fala-se muito sobre igualdade hoje em dia, mas pelo que percebo, a maioria dos que pregam a igualdade acham que irão consegui-la através da discriminação daqueles que eles acham que os impedem de serem iguais. Os mais carentes clamam contra aqueles que tem mais. Os empregados reclamam de seus patrões. As mulheres querem igualar-se aos homens. O povo reclama dos políticos, e coloca-se como vítimas indefesas destes.
Os gays querem igualdade. Os negros querem igualdade.
Será que ninguém percebe que essa igualdade que eles buscam não existe?
Acho que as diferenças devem ser valorizadas e respeitadas! Eu não quero ser igual ao pobre, ao rico, ao gay, ao branco, ao hétero. Eu não quero ser igual a ninguém, só quero ser eu mesma. Acho que as pessoas estão lutando por uma igualdade que não existe, quando elas deveriam lutar pelas diferenças. Infelizmente, eu não acredito que um dia as pessoas terão direitos iguais em um mundo tão cheio de diferenças. Todos somos ímpares.
Eu só espero que um dia seja possível não se falar mais em igualdade. Que um gay possa andar pela rua sem ter orgulho de ser gay, pois ser gay ou hétero não diz absolutamente nada sobre o caráter de ninguém, assim como ser branco ou preto, rico ou pobre.
Essas pessoas que andam por aí brigando pela igualdade só querem uma coisa: que todos sejam iguais a elas, pensem como elas, hajam como elas e acreditem no que elas acreditam. Não sou de levantar bandeiras, pois eu acho que existem muitas coisas por trás das bandeiras, entre as linhas que as costuram, tais como interesses pessoais e vontade de dominar a maioria. Mas se eu fosse erguer uma bandeira para lutar por alguma coisa, jamais seria pela igualdade; eu lutaria pela diferença.
Eu não conseguiria viver em um mundo onde todo mundo fosse igual, todas as ruas e casas, iguais, todos os prédios e carros, iguais, jardins, escolas, classes sociais, enfim, tudo igual. Seria monótono demais. Seria falso. E não daria certo, pois a nossa natureza individual quer ser diferente, e logo começariam a formar-se grupos para lutar contra a igualdade. As diferenças estão aí, e elas existem para que aprendamos, não a sermos iguais, mas a respeitá-las.
Eu não quero ser igual a ninguém. Também não quero ser melhor ou pior. Só quero ser euzinha.