A Armadilha da Raposa – Reflexões Sobre o Pequeno Príncipe
A raposa é apenas um animal inocente, mas um dia, alguém decidiu que ela seria o símbolo da esperteza e da velhacaria – eu nunca soube o porquê. O pobre animal passou a figurar em fábulas infantis, representando aqueles que desdenham mas querem comprar (“As uvas estão verdes!) e também na famosa história de Saint-Exupéry, O Pequeno Príncipe, como uma criatura que ao ser cativada, logo disparou: “Tu te tornas eternamente responsável por aquele a quem cativas.”
Alguém conhece um laço mais apertado que este? E foi desta forma que a raposa tentou prender o Pequeno Príncipe – que como não era bobo, acabou voltando para a sua rosa. Mas ele precisou sair de seu planeta e abandonar a sua rosa superprotegida, sem conseguir lembrar-se se estava amarrado ou não o carneiro que a ameaçava. Porque a rosa e o carneiro precisavam tomar as suas próprias decisões. E foi somente quando ele saiu de seu planeta, deixando a rosa que pensou ser única no universo, que ele descobriu que havia milhares iguais a ela pelo mundo. Mas ele também aprendeu que nenhuma era exatamente igual a ela, pois ele a amava, e não às outras, coisa que ele talvez jamais descobrisse se não a tivesse deixado.
E ao mesmo tempo, a rosa teve que endurecer seus espinhos e crescer acima do carneiro, para evitar que este a comesse. Ela nunca teria conseguido enquanto estava protegida pela redoma do Pequeno Príncipe. E o carneiro precisou procurar outro tipo de alimento, já que a antes frágil rosa era agora uma roseira forte e alta que ele não mais alcançava. E sabem, acho que ele acabou descobrindo que havia em seu planeta muitas outras coisas interessantíssimas para ele comer, e que ele vinha ignorando devido à sua obsessão pela rosa!
Quanto a raposa dominadora, que desejou tornar o príncipe responsável por ela, fazendo-o assumir uma vida que não era sua, teve que contentar-se com a sua ausência. Voltou a cobiçar as uvas verdes...
De volta ao seu amado planeta, após tantas descobertas, o Pequeno Príncipe – que perdeu a inocência, mas aprendeu a conhecer a verdadeira essência das coisas - descobriu que, se ao invés de afastar a cadeira para assistir a mais um melancólico pôr-do-sol ele a virasse de costas, poderia vislumbrar um belíssimo amanhecer.
cle
Olá ana um belo pensamento lindamente escrito pra nós de uma forma linda e verdade ana, as vzz estamos voltada para um lado totalmente inverso do que imaginamos, ameiiiii bjjjjjjjjjjjjjjjjjjjjjj parabéns cle
Lut
Excelente e oportuna reflexão, Ana. Por que estamos tão afastados disso? Do que é simples, do óbvio, da humildade, do contentamento com o que somos, com o que aparentemente possuímos? Mas é bom que sejamos donos de nossos próprios sentimentos e pensamentos. Podemos um dia acertar, quem sabe?! Abraços e uma linda semana para você!
CONCEIÇÃO GOMES
Para voce ver que é preciso ler pelas entrelinhas.òtima reflexão/
Maria Mendes
Bom dia Ana. Assim é a vida tiramos belas lições e quando se quer enxergar pela retina do conhecimento a vida tudo pode ensinar, perfeito.
Ana Aníssima
Maravilhosa reflexão eu amei.
Amei.
Biblioabraços