Assim...Eu acredito na mudança. Eu creio que as pessoas possam mudar, aprender, e evoluir, cada qual dentro do seu tempo e da sua capacidade. Eu sei que neste mundo estamos todos mais ou menos no mesmo nível de conhecimento, ou não faríamos todos parte deste planeta. Alguns caminham mais rápido, e outros, mais lentamente. Cada um dentro das suas possibilidades.
As pessoas são todas inteligentes em diferentes áreas: um agricultor simples tem a mais nobre das missões, que é alimentar a todos nós, inclusive aos intelectuais que dele fazem pouco. Um médico salva vidas, cura doenças. Um gari deixa as ruas da cidade mais limpas para todos nós. Cada qual é especialista na sua profissão, e desenvolve as capacidades que necessita para viver a vida dentro do contexto em que vive; desejando, poderá esforçar-se e crescer bem além daquilo que já é, mas se não desejar, se sentir-se feliz sendo o que é, por que agir apenas para impressionar os outros ou dar satisfações àqueles que dele nada sabem?
Muitas vezes eu me irrito por causa daquilo que algumas pessoas afirmam sobre mim, mas confesso que estou melhorando nesse sentido, pois finalmente caiu a ficha: nada do que eu faça mudará a opinião daqueles que não gostam de mim; então, por que ocupar-me deles? Não estou aqui para doutrinar ninguém!
É como num tribunal: "Tudo aquilo que você disser poderá ser usado contra você." Eu entendi, finalmente, que não preciso provar minha inocência ou minha idoneidade a todo momento, porque se acreditam ou não, é problema de cada um, não meu.
As pessoas confundem as coisas. As pessoas confundem aquilo que elas
acham que as pessoas são com aquilo que as pessoas realmente são. Procuro não mais escrever dossiês sobre ninguém, mesmo porque entendi cada um é uma imensidão tão grande e complexa, que seria muita pretensão da minha parte tentar rascunhar o caráter de alguém.
Por isso mesmo eu acho absurdo que as "Pessoas de Deus" façam isso a todo instante. Justamente aqueles que deveriam, devido à vastidão de seu conhecimento e profundidade de sua religiosidade, ser mais tolerantes, flexíveis e compreensivos, são os que mais demonstram intolerência, preconceito e rispidez de caráter. Suas mentes tornam-se - por incrível que pareça - embotadas de tanto conhecimento!
A única coisa, talvez, que eu tenha a ensinar a quem quiser aprender, é o que eu mais sei: a falar inglês. Esta é a minha única especialidade, e nela confio, pois fiz desta a minha profissão, e não pretendo querer ensinar nada mais a alguém do que isto - mesmo assim, se a pessoa em questão desejar aprender. Não saio por aí corrigindo a pronúncia de ninguém quando não sou solicitada, pois para mim, isto seria arrogância. E mesmo quando se trata de um aluno meu, sou sempre delicada ao corrigí-lo. Eu me lembro que um dia eu soube tão pouco quanto ele, e graças a professores que me motivaram e incentivaram, eu pude aprender o que eu sei hoje.
Não sou uma pessoa humilde. Admito a minha ignorância em determinados assuntos, não por humildade, mas por praticidade; por que esforçar-me em parecer o que eu não sou? Muito mais fácil ser eu mesma, pois como já disseram, este é o único papel que podemos interpretar confortávelmente e com maestria. Infelizmente, minha humildade e inocência ficaram lá para trás. Perderam-se no caminho, conforme minha percepção aumentava.
Mas as críticas que me fazem - e sou criticada sempre por aqueles que são considerados os mais inteligentes - só me levam a um caminho: para frente. Porque, se alguém dedica seu tempo a escrever sobre mim, com certeza é porque acha que eu valho a pena e o tempo dedicados. A eles, o meu mais profundo agradecimento.