Tudo em vão:
O orgulho, a tempestade,
O pescoço esticado,
A voz de trovão!
Depois que a chuva caiu,
A terra bebeu as gotas
Que sumiram no solo...
A métrica desmedida,
A palavra torcida,
O asco, a presunção,
-Tudo foi em vão!
No colo de Deus
Sentar-se-hão todos,
Bons e maus poetas,
Os ricos, os pobres,
Os puros e os pecadores,
Os ateus, os ascetas,
Os que morrem de rir
E os que morrem entre dores.
-Eu morro de rir!
Já vi, tantas vezes, a montanha ruir,
Já vi rios caudalosos,
Ter caladas as suas pororocas
Virando lama nas margens
Onde dormem os caranguejos!
Já vi, entre as docas,
Cobertos de andrajos,
Bebendo da mesma garrafa
Os corvos e os espantalhos!
E eu,
Morro de rir...
E hei de rir de novo,
Ao nos reencontrarmos
No meio do povo
Que habita a Geena,
Na mesma cena!
Facuri
ehehehehe.. Riamos e juntos!...A chama da Geena, aqui, em Jerusalém e na tormenta do inferno é deveras quente aos que muito a merecem e a outros que contemplam!...rs- Dispenso comentários,,,apenas elogio com devido louvor tão patente e talentosa escrita!...bjs
Antenor Rosalino
Nas entrelinhas de teus sensórios versos vejo nitidamente o círculo da natureza em suas transmutações e compartilho do teu riso aberto à nuances de mistério que nos envolvem. Meus sinceros parabéns, Ana, e um abraço com a ternura e a admiração de sempre.