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COMENTÁRIO QUE DEIXEI NA PÁGINA DE UM COLEGA VIRTUAL
Comecei a comentar o texto de Celso Panza, "Sobre Internet - um Email." Quando vi, já tinha escrito um texto enorme sobre o que ele havia escrito, e por isso, achei que seria interessante publicá-lo em minha página:
Olá, Celso. Comecei a escrever aqui no Recanto, quero dizer, a publicar o que escrevo, pois escrevo desde que me conheço por gente. Escrevia até sem ser alfabetizada - eu conhecia as letras mas não sabia ainda formar as sílbas, e eu as juntava em intermináveis folhas que nada diziam, só porque adorava o cheiro do papel, o risco do lápis. Continuou assim: adoro papel e lápis, mas o mundo virtual existe, e ninguém pode negá-lo. Como você sabe, tenho vários blogs, e o faço porque na verdade, adoro escrever e também fotografar, e eu coloco por aí minhas fotografias e escritos por puro prazer. Exibição? Bem, é impossível fazer o que faço sem me exibir, então é exibição sim. Todo mundo que está online se exibe, de uma forma ou de outra... mas da minha vida particular - embora alguns pensam que sabem tudo - pouquíssimas coisas exponho, a não ser as corriqueiras, em crônicas. Acho que ninguém pode generalizar pessoas através de um conceito pessoal, existem várias razões para quem escreve. Alguns só desejam a fama (e tornam-se ridículos, mas se estão felizes, melhor para eles) e outros querem apenas passar o tempo, divertir-se. Acho que sou do segundo grupo. Amo decorar meus blogs. Este é um dos meus passatempos. E não me sinto exposta ou idiotizada por isso. Tenho direito aos meus momentos de futilidade, e não prejudico ninguém. Também não me incomodo mais com o que pensam de mim. Pensem o que quiserem, é um direito que todo mundo tem. Abri mais um blog há dois meses, todo em inglês, porque eu quis, e é claro, teve gente que me criticou e sugeriu que eu não teria "Ibope" - como se fosse este meu objetivo.
Quanto às redes sociais, elas não são o problema; o problema são as pessoas e o uso que fazem delas. Mesmo que as redes sociais não existissem, ainda existiriam os idiotas, os abusados, os assassinos, caluniadores, mentirosos, exibidos, críticos, psicopatas, enfim, porque tanto virtual quanto fisicamente, o homem tem a mania de criar coisas maravilhosas e depois fazer o pior uso delas. Eu procuro usá-las ao meu favor, da melhor maneira possível, e confesso que aprendi muito sobre relacionamentos através delas, e me modifiquei muito como pessoa, estabeleci novos padrões, abri e fechei portas, passei a me conhecer melhor e a formar minhas opiniões. "Pitacos" na vida alheia todos dão, aqui fora ou na rede. Sempre que criticamos alguém, um comportamento, um modismo, estamos dando nossos "pitacos" na vida alheia - sem sequer conhecermos a pessoa de quem falamos, na maioria das vezes. Seria legal se aprendêssemos a deixar que o outro seja, mesmo que para nós seu comportamento representasse algo que jamais faríamos, pois se nós soubéssemos aceitar os outros como são, com suas esquisitices e idiotices, quem sabe, não haveria tantas guerras no mundo e desentendimentos entre as pessoas... sabe, eu concordo com o Cláudio: a humanidade tem muito a dizer. "Todo mundo tá falando," como disse Oswaldo Montenegro em uma canção. O único problema, é que todo mundo quer falar, se expressar, colocar a boca no trombone, emitir opiniões, escrever... mas poucos desejam OUVIR. Ninguém tem muita paciência para ler o que os outros escrevem, ou ouvir o que os outros tem a dizer. Como no meu conto, Terra de Escritores (se quiser ler, pode olhar na minha página). Deveríamos exercitar a paciência. Há informação demais e pouco tempo para digerí-las e decidir o que fazer com elas.
Não tenho nenhuma ilusão sobre mim ou sobre o que eu escrevo, e sei que tudo isso vai ficar por aí quando eu morrer, algumas coisas em livros de papel, outras em livros virtuais, outras espalhadas em blogs e sites, outras serão roubadas e ganharão novos autores. Mesmo assim, não consigo parar. Não consigo. Simplesmente não dá.