PARA ONDE VAI O AMOR DE QUEM DEIXA DE SENTIR AMOR?
Um comentário feito pelo amigo Aluísio Cavalcante ao meu texto anterior, o poema "Um Vaso na Janela" (Blog Expressão), deixou este questionamento:
ALUISIO CAVALCANTE JRsábado, 1 de julho de 2017 09:04:00 BRT
"Sabe Ana,
uma das muitas perguntas
que tenho me feito é:
para onde vai o amor
de quem deixa de sentir amor?..."
Lembrei-me de um filme que assisti, "Colcha de Retalhos", no qual a jovem Finn, personagem de Wynona Rider, cita um autor cujo nome me foge à memória no momento; ela diz: "Quando dois amantes se separam e permanecem amigos, ou eles nunca se amaram ou ainda se amam."
Acho que assim também é com os relacionamentos que terminam mal, onde nem mesmo a amizade sobrevive.
Sempre achei estranha a maneira como duas pessoas que um dia foram tão apaixonadas ao ponto de desejarem passar suas vidas juntos, pessoas que construíram casas, tiveram filhos ou simplesmente passaram a participar da vida uma da outra, de repente descobrem que não se amam mais... esse "Não se amam mais" nunca fez sentido para mim. Como alguém pode não amar mais? Deve haver um engano. Talvez estejam apenas furiosas ou confusas. Talvez tenha faltado diálogo, cumplicidade, um pouco de paciência.
Ou talvez nunca tenha havido amor.
E elas passam uma pela outra na rua sem se cumprimentarem ou cumprimentando-se friamente; e dizem coisas terríveis sobre o ex, dedicando um tempo enorme de suas vidas a difamá-los, agredí-los ou a travar cansativas batalhas judiciais pela guarda dos filhos quando na verdade, o que importa não é o melhor para as crianças, mas a vingança. A melhor e mais eficaz maneira de ferir, de vencer a briga, de humilhar mais, é o que importa.
Quando seria bem mais fácil seguir em frente e respeitar que um dia houve alguma coisa - mesmo que nunca tenha sido amor.
Eu acho que quando é amor, ele não vai para lugar nenhum após uma separação. Mesmo que o amor, por si só, não seja suficiente para manter um casal unido - e não é - se ele for verdadeiro, ele ficará guardado no coração, em algum compartimento secreto e pouco acessível, escondido, mas sendo respeitado. E aquele relacionamento ficará na memória como um tempo de tristezas e lágrimas, mas também de alegrias e aprendizado.