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INDIFERENÇA
Um olhar sempre distante
Passando sobre as cabeças,
Além do que existe agora.
Um sentir itinerante
Que não tem pouso ou descanso
De tão triste, já nem chora.
A palavra vacilante
Arrancada da garganta
Do coração, não aflora.
Um sorrir mortificante
Uma dor dilacerante
Que não tem pressa, nem hora...
Um calar-se tão gritante,
Que quem olha, logo pensa
Que a alma foi embora...
Mas por dentro, sufocante,
O desejo por um voo
Que há muito se assenhora...
Ana Bailune
Enviado por Ana Bailune em 12/12/2018