Pobres diabos, que cavam meus jardins
Em busca de algum tesouro que lhes sirva,
De um osso podre que possam roer
De segredos sórdidos que lhes dê saliva!
Encontram apenas a minha vida,
Pessoa comum, sem brilhos ou ânsias,
Alguém que se perde entre a multidão
E cujas palavras nem têm ressonância!
Chantagens? Não, não me dizem nada,
Nem vis ameaças à minha reputação,
Conheço tão bem as minhas entranhas!
-Assim, só me fazem dar muitas risadas!
Pobres monstrinhos cercados de flores,
Que fuçam a vida de alguém tão distante
Que não é ninguém importante ou famoso,
Mas bebem do meu sangue qual refrigerante!
Às vezes, me espanto, e me espanto tanto,
Ao saber que de mim tanto andam falando,
Que o meu nome anda por escuros cantos
Nas bocas e ouvidos de sacripantas!
Hipócritas! Mostrem o que escondem, suas antas!
Eu não tenho medo de suas afrontas,
Mas cubram, antes, suas nádegas gordas,
Pois estão rasgadas suas saias rôtas!