Fim do Mundo
O mundo acaba e recomeça,
Todos os dias
Em tsunamis de palavras
Escritas e faladas,
Pensamentos displicentemente jogados
Feito lixo
Sobre nossas calçadas,
Vozes mentirosas que se sobrepõe
Às vozes caladas.
E mais um dia se deita
Sobre as cabeças desatentas,
Comandadas por virtudes distorcidas,
Terremotos de ideias equivocadas
E meteoros gigantescos
De impacto profano.
E mais um dia se levanta,
Sobre as mesmas cabeças indiferentes,
Insipientes sobre as mínimas coisas,
E que mesmo assim, carregam o giz
Que escreve nas lousas
Das mentes vazias e afoitas.
E tudo o que resta de bom
Ainda tenta sobreviver,
Tudo se arrasta sobre essa lama
Tentando deitar raízes cada vez mais finas
E mais esparsas
No meio dessa infame trama,
Lançando uma voz cada vez mais fraca
Por sobre as gritantes matracas
Dessa imunda subtrama.