EXPRESSÃO DA MINHA ALMA
Tudo aqui é sobre mim.
Textos

CRIANÇAS ÍNDIGO, CRISTAL, AZUL, ETC...




Quando criança, eu costumava passar um tempo enorme brincando lá fora – às vezes, com alguns coleguinhas, mas a maioria do tempo, sozinha com meus próprios brinquedos. Minha imaginação era muito fértil, e eu vivia cercada de criaturas mágicas, como fadas, bruxas, gnomos e animais que falavam.

A morte não era um tabu; era comum que frequentássemos velórios e visitássemos pessoas doentes em hospitais, ao contrário das crianças de hoje que são protegidas em tais situações.

Quando comparo as vidas das crianças de antigamente com a vida que as crianças de hoje têm, penso que tive muita sorte.

Eu também gostava de ler. Livros eram como eventos que a gente lia e relia, o que fazia com que passássemos muito tempo com eles, memorizando passagens favoritas e aprendendo para sempre o que eles continham. As histórias lidas eram quase sempre memorizadas e tornavam-se inesquecíveis.

 As crianças e adolescentes de hoje não leem mais; assistem a vídeos no Youtube, conforme explica um artigo de revista que eu acabo de ler. Por este motivo, elas não têm capacidade de se concentrarem – sofrem de déficit de atenção, e também de condições como ansiedade, depressão, agressividade e sentimentos de inadequação. 

Sei de escolas aqui em minha cidade que colocam tanta pressão nos alunos, que  a maioria deles começam a tomar medicamentos para ansiedade e depressão antes dos quatorze ou quinze  anos de idade. Acredito que isso faça com que elas não aprendam a lidar com seus sentimentos e frustrações; tornar-se hão seres humanos frágeis e mimados, que não conseguirão administrar uma perda ou aceitar um ‘não’ como resposta. Talvez se transformem em adultos que não saibam tomar decisões acertadas, fazer escolhas ou sobreviver a situações difíceis sem se quebrarem emocionalmente. 

O artigo que li na revista também afirma  que as crianças de hoje são demasiadamente mimadas, e ao mesmo tempo que têm seus egos inflados por seus pais, que afirmam que elas são ‘especiais’,  tornam-se  emocionalmente fragilizadas ao perceberem que são tão especiais quanto todos os outros seres humanos, e que o mundo não as tratará com nenhuma deferência apenas por que elas assim acreditam que o merecem. 

Alguns seguimentos do espiritismo contribuem para que as crianças sejam consideradas erroneamente especiais, pois falam sobre as crianças índigo, cristal, azul, etc..., desta forma batendo palmas ao mau comportamento e à teimosia como sendo indicações de alta espiritualidade.

Exatamente como as crianças do passado, elas terão que investir nelas mesmas e cavar suas próprias vidas através do esforço pessoal – coisa para a qual as crianças de antigamente, embora menos preparadas profissionalmente, sabiam administrar bem melhor, pois tinham a capacidade de se verem como realmente eram: seres humanos sujeitos a falhas, e que precisam melhorar, e não pessoas ‘especiais.’

Desejo-lhes boa sorte nesta empreitada!


 
Ana Bailune
Enviado por Ana Bailune em 18/11/2019
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