Voltando ao Normal
Aos poucos, minha cidade está voltando às atividades - e também o mundo inteiro. Quero recomeçar minhas aulas presenciais pra valer, mas as pessoas têm medo, então fico com os alunos que concordaram em ter aulas através do Skype.
Ontem, conversando com minha irmã que tem 67 anos, é diabética e paciente cardíaca, ela me disse: "Não aguento mais! Minha quarentena termina no dia 1 de julho. A partir esse dia, eu vou sair e voltar a levar minha vida normal!"
Eu concordei com ela. Desde que tomemos todos os cuidados, é o que pode e deve ser feito. Não podemos ficar trancados em casa o resto da vida, com medo de ficarmos doentes. O Coronavírus, dentro em breve, será apenas mais uma doença circulando entre nós, atingindo alguns e matando outros, assim como o sarampo, varíola, meningite, H1N1, câncer, etc...
E todas essas doenças mencionadas (e muitas que não mencionei) também têm consequências horríveis e podem ser mortais. Mas nem por isso nós nos escondemos por causa delas.
Mas algumas coisas vão mudar, e pensando nessas coisas, fiz uma listinha:
- A maneira como nós trabalhamos vai mudar. Antes, o brasileiro via com maus olhos o trabalho em casa, mas agora aprendemos que, além de ser possível, os resultados são tão produtivos quanto em um escritório. Isso vai diminuir a necessidade de deslocamento diário para o trabalho, e consequentemente, engarrafamentos, estresse no trânsito e poluição do ar.
-A maneira como as pessoas estudam também vai mudar. As aulas online, tão combatidas, serão implantadas em escolas e universidades, na medida do possível.
- Consultas médicas poderão ser feitas online, com receituário e tudo. Também tratamentos psicológicos e psiquiátricos mais leves.
- Passaremos a ser mais reservados quanto a abraçar e beijar conhecidos e desconhecidos. Assim como os europeus, aprenderemos a manter uma distância segura das outras pessoas e nos sentiremos desconfortáveis quando alguém tentar invadir nosso espaço físico.
- Restaurantes a quilo talvez mudem sua maneira de atendimento, decretando o fim do self-service. A comida será servida por um atendente, exatamente como é em alguns países europeus que visitei: a comida fica em uma vitrine, e os clientes pedem o que desejam, sendo servidos pelo atendente.
- Estaremos mais cuidadosos quanto a higiene pessoal e também passaremos a ter o hábito de higienizar as compras antes de guardá-las nos armários de casa.
- Talvez aprendamos a utilizar máscaras sempre que estivermos resfriados, a fim de não contaminarmos as outras pessoas. Isso seria ótimo! Acho no mínimo detestável quando uma pessoa nos cumprimenta com abraço e beijo, e depois declara: "Estou com uma gripe horrorosa!" Falta de consciência!
Bem, estas são algumas das mudanças que eu acredito que vão acontecer. E eu espero que elas aconteçam!