O LIVRO PERFEITO
Mergulho
Gosto muito de ler, mas ando bem mais impaciente com as leituras do que antes; eu costumava pegar um livro e, mesmo que ele fosse terrível, eu me obrigava a lê-lo até o final. Nos dias de hoje, já perdi a conta dos livros que comecei a ler e não terminei, e acho que eu sei porque: Já andei mais da metade do meu caminho nessa vida, e não dá mais para perder tempo com livros que não conversem comigo.
Dia desses peguei uma promoção de livros da Amazon e comprei, finalmente, D. Quixote de La Mancha, de Miguel de Cervantes. Estava ansiosa para começar a leitura... e não consegui passar da décima página. O livro é chatérrimo – perdoem-me os intelectuais. Também não consegui levar adiante outros livros consagrados, que nem vou mencionar, senão serei atacada nos comentários.
O que torna um livro perfeito? Com certeza, existe a propaganda, o marketing que jogam sobre ele – como aquele, dos tons cinza, que não passa de um cliché pornográfico de muito mau gosto, e que joga no lixo, sem piedade, anos e anos de movimentos de libertação da mulher. Mas apesar de conquistar grande parte dos leitores, a propaganda não impede o engodo.
O livro perfeito é, sempre foi e sempre continuará sendo (pelo menos para mim) o que fala comigo, o que me entende e me ajuda a me entender.