Certa vez, ao falar sobre gratidão com um amigo ateu, ele me respondeu: “Ser grato a quem? Eu não tenho religião e não acredito em Deus!” Não insisti, porque teria sido inútil argumentar com ele. Afinal, cada um tem direito à sua fé – ou à falta dela. Mas depois eu fiquei pensando: será que para sermos gratos precisamos ter fé ou professar uma religião?
Não penso assim. Podemos ser gratos às pessoas que nos ajudaram ao longo da vida. Podemos sentir gratidão dentro da gente por um dia bonito, pela chuva que cai, pelo vento, pelo sol, pela noite e pelas estrelas. E isso não tem nada a ver com fé ou religião, mas com o cultivo de um sentimento aberto e sincero a respeito da vida.
Você já percebeu que as pessoas ingratas jamais são felizes? Existe um enorme número de pessoas que não têm religião e nem acreditam em Deus, mas a gente olha para elas e sabe que elas são felizes, que têm bondade, que são gratas. Por outro lado, há um número ainda maior de religiosos e pessoas de fé que não têm um pingo de gratidão dentro delas e que passam a vida a reclamar de tudo e a cobrar a todos por sentirem que as outras pessoas lhes devem alguma coisa.
As pessoas ingratas emanam energias negativas. Contaminam tudo o que está em volta delas – a casa, o local de trabalho, a escola e até mesmo as pessoas! Conviver com os ingratos é uma das mais difíceis provas da vida.
É como tentar encher de água uma jarra furada, ou alimentar uma fera selvagem e insaciável. É como oferecer a sua jugular para que um vampiro egoísta se alimente do seu sangue todos os dias.