ATALHOS
Às vezes nos parece que chegaremos mais rapidamente onde queremos se formos por um atalho. Mas nos esquecemos que um atalho é, quase sempre, o lugar mais perto de um abismo. Acidentado, cheio de perigos inesperados e além de tudo, solitário, pois a maioria das pessoas prefere seguir pela estrada por questões de segurança, conforto e mobilidade.
Se existe uma estrada de, digamos, dez quilômetros que nos conduz a algum lugar, e um atalho de cem metros por onde apenas a minoria segue (geralmente, cheio de carcaças de carros quebrados e esqueletos dos que ficaram pelo caminho), deve haver uma razão. A princípio, o caminho mais curto parece ser a escolha mais sábia, mas a longo prazo, acho bem melhor chegar inteira ao meu destino, seguindo por um caminho mais iluminado e seguro. E existem muitas estradas boas que podem nos levar a um mesmo lugar – não é necessário escolher um atalho acidentado e cheio e cobras e outros animais peçonhentos.
Com certeza, quando Robert Frost escreveu “The Road Not Taken” (O caminho não tomado), ele não quis dizer que devêssemos ser imprudentes, mas que aprendêssemos a fazer nossas escolhas baseados naquilo que realmente desejamos, e não no que os outros acham que devemos fazer. E existem muitas estradas boas que podem nos levar até onde estão os nossos sonhos. Porém, qualquer uma delas que seja obscura, solitária, perigosa, e que exija do caminhante que ele dê passos em falso e passe por cima de outros caminhantes, jamais será a melhor.
Deixo aqui para reflexão o poema de Robert Frost, traduzido no site wwwzagaiaemrevista.com.br
A trilha que não tomei
Duas trilhas divergiam sob árvores amarelas E eu, triste por não poder percorrer ambas E permanecer um, detive-me em longa espera E olhei tão abaixo quanto pude uma delas Até onde se dobrava entre as plantas;
Então tomei a outra, tão bela quanto correta, E talvez por ser a mais atraente Por seu gramado almejar o passeio como meta, Embora passasem por ali de forma reta E usassem ambas de maneira semelhante,
E ambas igualmente deitassem naquela manhã Em folhas que nenhum passo tornara pretas. Ah, eu guardei a primeira para o amanhã! Ainda que soubesse como à seguinte leva uma direção Duvidei se um dia deveria voltar atrás.
Eu contarei isso enquanto expiro Em algum lugar, em tempos e tempos: Pois duas trilhas em um bosque divergiram, e eu, Eu tomei aquela que menos percorreram, E isso fez toda a diferença.
QUE VOCÊ POSSA SEMPRE SER LEMBRADO (A) COMO A PESSOA QUE FEZ A COISA CERTA E SEGUIU PELO MELHOR CAMINHO, SEM ENGANAR NINGUÉM, SEM PISAR EM NINGUÉM.