Minha alma tem se sentido faminta toda vez que eu olho para fora. Diante de tantos acontecimentos funestos, tenho preferido me resguardar dessa interação com o lado exterior da vida, e procuro me manter em equilíbrio olhando para dentro e valorizando o que está no meu entorno. Mas parece que a imbecilidade que grassa no mundo adora aparecer sem ser convidada, e vai entrando, se instalando no sofá da sala, remexendo meus livros, sujando o tapete com as solas enlameadas e azedando meu vinho. Sem que eu perceba, a negatividade vai se espalhando pela casa, até que eu finalmente desperto e, brandindo a minha vara de condão, vocifero:
“Fora do meu espaço! Você não é bem-vinda aqui!”
Daí, pego a minha vassoura de bruxa e varro a negatividade para bem longe – até que a próxima notícia me chegue aos ouvidos sem ser convidada.