MEMÓRIAS
Um pano branco, ou simples névoa,
Um vento solto sobre a relva,
Nuvem passando e indo embora
Apaga os traços da memória.
A gente esquece pra viver,
Porque “Reter é perecer”
Na solidão das águas claras
Flutuam as palavras raras.
E elas brincam de esconder
Entre as montanhas, nuvens, flores,
Guardam consigo as sementes
Do que morreu das nossas dores,
Para que um dia, replantadas,
Na terra fértil que ladeia
As curvas dessa nossa estrada,
Sejam história a ser contada.