Andar às cegas,
Tateando no escuro
Sem saber se o que temos pela frente
Será um colo, um abismo ou um muro.
E nos falam de sinais,
E nos dizem, “Tenha fé,”
Mas quem o diz sequer sabe
O que estas coisas significam
Realmente.
Seguimos em frente,
Porque não há ré,
Não existe volta, não há como
Corrigir, refazer, repensar, trazer
De volta, o que perdemos
Por destino ou inconsequência.
Dizemos crer na ciência,
Mas procuramos por sinais
Que nos tragam, ao menos, a esperança
De um pouco de paz.
E assim é o viver,
(Ou talvez apenas seja
Uma imitação do que é).
Pois morrer é mistério,
Parede onde pintamos nossos sonhos,
Projetamos nossos medos,
Arremedamos a fé.