Uma brisa, e eu viro a página,
Bato com força as minhas asas,
Ganho outros céus, bem longe de casa,
Sobre as ondas que se movem em um mar sem brios,
E não levo nada.
Um olhar de viés, atravessado,
E minha alma deixa tudo de lado,
A procura de paz, do que foi roubado,
E nem sequer digo nada.
Uma pedra lançada contra a minha porta,
E eu nunca mais a abro,
Deixando no alpendre o que for amargo
Até que vá embora,
Até que eu não me lembre de nada.
Um trovão além do permitido,
Uma voz que se eleve em um grito,
E eu tampo meus ouvidos,
Desço as escadas até os porões da minha alma,
E não escuto mais nada.