INTENSA
Sempre pequei por ser intensa;
Eu não sabia sentir pouco,
Ou simplesmente entregar
O suficiente.
Lembro de ter chorado anos
Por alguma coisa que perdi,
E ao receber golpes na alma,
Eu reduzia perdas totais
A meros danos, a fim de não ferir
Sempre pequei por ser intensa,
Por não saber amar mais ou menos,
Por não saber dizer talvez,
Por dramatizar demais as cenas
Sem saber se valia a pena
E eu entregava as minhas noites
À clareza das minhas fantasias,
Atravessava madrugadas frias
Sonhando acordada
Com quem nem sabia
Que eu existia
E no fim, só sobrava mesmo
Uma desilusão imensa,
Este é o prêmio de quem só sente
E muito pouco, ou quase nada
Pensa.