FREIRAS DANÇANTES, PADRES CANTANTES, PASTORES MIRINS E AFINS
Não tenho nada contra freiras dançantes e padres cantantes.
Bem, se isso fosse totalmente verdade, eu não estaria escrevendo este texto.
Não sigo religião nenhuma, embora leia muito sobre quase todas elas – catolicismo, budismo, espiritismo, protestantismo, hinduísmo, bruxaria, umbanda, e até mesmo satanismo. Porque eu gosto de saber. Gosto de conhecer, mesmo não seguindo. Sigo páginas de pastores, budistas, agnósticos, macumbeiros, enfim, não tenho preconceitos.
Meu único problema é com a hipocrisia.
Eu acredito que, quando um sacerdote se coloca sob uma denominação religiosa, ele deve seguir o que aquela denominação prega. Freiras maquiadas dando entrevistas em podcasts e dizendo que amam quando as elogiam pela sua aparência, não me parecem confiáveis. Padres cantantes cheios de botox, que viram influencers e passam a se vestirem com calças apertadas e roupas caríssimas de marca, também não me parecem confiáveis. Budistas que descriminam este ou aquele grupo de pessoas por causa de suas preferências políticas, não seguem os preceitos do budismo. Pastores que exigem que seus fiéis façam 'pixes' altíssimos em suas contas, não me parecem honestos. Talvez essas pessoas sejam ótimas, mas não nasceram para o sacerdócio. Poderiam ser excelentes filósofos, escritores, influencers... mas padres, monges, pastores e freiras, não.
Acredito que todos já viram algum trecho em vídeo daquele pastorzinho fake que não conhece a Bíblia fazendo pregações - chega a ser bizarro. O moleque foi criado para ser uma máquina de arrancar dinheiro de otários. E como tem otários dispostos a contribuir com esses absurdos! Cada fala dele é uma encenação, algo ensaiado exaustivamente. Fizeram uma lavagem cerebral na criança e criaram um monstro.
Por isso, não sigo nenhuma religião. Cada uma é uma coleção de absurdos abençoados por um deus que não existe e jamais existirá na minha vida. Porém, a cada um o direito de fazer o que quiser, só não tentem me converter a nada. Prefiro essa minha religiosidade solitária– que também não pretende converter ninguém - praticada dentro da minha casa e em meu jardim. Gosto da oração que sai do coração todos os dias, da gratidão sincera pelas mínimas coisas, da vela acesa apenas pela luz que ela propaga, do incenso que queima pelo seu perfume. Gosto daquele deus que habita dentro de mim e que não me entrega nada, a não ser a mim mesma, a não ser a natureza, a não ser a paz de uma noite bem dormida.
Gosto do Deus que me ampara e protege do mal, principalmente do mal que existe dentro de mim mesma, pois é através dele que o mal que vem de fora pode encontrar um caminho até mim. E quando o mal consegue penetrar, esse deus me ensina a me limpar, e ele volta exatamente para aquele que o enviou.
Minha religião?
O sol, a chuva, a natureza, os bons livros, as orações ditas no silêncio da minha casa, os animais, a solidão escolhida conscientemente e que só é quebrada quando eu quero.
O que isso me traz?
Paz. Exatamente o que o mundo me tira.