DESAPRENDA
Desaprenda
E se desprenda
Da rede invisível que sufoca.
Questione, e nunca, jamais,
Se abandone!
Não deixe que ninguém te ensine,
A auto indulgência, a pena,
-Nem mesmo este poema!
Olhe sempre com os olhos fechados,
Olhe para dentro, mesmo que os olhos ardam,
Ou caiam desse rosto escandalizado!
Desaprenda, e enfim,
Compreenda!
Escute além do que é dito,
Entenda o que está escondido
Além da explicação!
Aprenda a ser visionário,
Adivinha, médium, sensível,
Não tenha medo de ser risível
Muito menos, de ser julgado!
Nesse mundo de hoje em dia,
A coisa mais necessária
É não aceitar verdades impostas,
As bostas que nos empurram
Gargantas abaixo.
Não se ponha em qualquer lado,
Não tente escolher o certo
Ou apontar o errado,
Fique em silêncio,
Mas tenha sempre aceso
O discernimento!
Não tente impor coisa alguma,
Mas não aceite sem mastigar
E sentir o gosto daquilo
Que querem que você engula
E que pode até matar!
Aprenda a erguer limites
E acima disso tudo,
A aguentar a solidão
Por mais que ela grite.